Ah! O que seria da vida se todas as intenções fossem vistas e questionada?
Se cada pensamento, palavra e ação tivesse a sua intenção bem estabelecida e observada;
A vida talvez ocorresse mais leve e com surpresas divertidas a cada segundo da jornada.
A intenção que não fala, mas reverbera na espera do resultado a ela empregado;
espera que gera cobrança, que quebra confiança, que vive de mais e mais, de fez ou não fez, de vantagem em vantagem, de frustração em frustração.
Ah! Se o mundo se perguntasse a cada ação a sua intenção…
Ela desnudaria em verdade e colocaria em exposição toda a ilusão em cima da bondade;
afinal, não há bondade sem a pureza do agir sem espera;
de fazer sem recompensa;
pois a bondade ela é como é, e não espera ou fantasia resultados pela mente antes programados.
Quer saber o poder da intenção sem espera?
Preste atenção nessa pequena história que contarei.
Havia um menino e todos o dias ele passava pelo mesmo caminho;
caminho conhecido, não havia nada de novo, afinal ele conhecia cada árvore, cada buraco, cada pedra que por ali se encontrava.
Em um belo dia, nesse caminho, algo novo aconteceu. Ele viu um bezerro amarrado, no princípio ele ficou com medo, assustado, mas depois, ao passar ali todos os dias, notou que o bezerro tinha tanto receio quanto ele.
Decidiu então fazer amizade, tentou se aproximar, mas o bezerro a cada vez que ele esticava a mão para acaricia-lo, recuava e saia correndo.
O menino tornou isso um desafio e dizia assim mesmo: “Vou amansar esse bezerro, não sei de quem é, mas vou fazê-lo meu amigo.”
Dia após dia o menino tentava e tentava e nada;
Conversava, brincava… mas não tinha progresso.
Os dias foram se passando e o menino apenas passava, conversava, esticava a mão, mas o bezerro já corria ao ver ele erguer o braço.
Ele havia se apegado a presença do bezerro naquele caminho, toda vez que ia e voltava o bezerro estava sempre por lá.
Um belo dia, ele voltava pelo caminho, olhou para o bezerro, conversou com ele, mas não arriscou estender a mão para tentar tocá-lo, olhou para o lado, e viu um pouco a frente um recipiente, caminhou ele e notou vestígios de água, mas estava seco, sem nem uma gota, nada, apenas um outro pequeno ao lado.
O menino olhou para o bezerro e depois para o recipiente com alça, ele sabia que havia um rio ali perto, mas não tão perto a ponto do bezerro amarrado conseguir chegar.
Largou as suas coisas, pegou o balde e foi até o rio, despejou a água no recipiente e em segundos o bezerro estava ao lado dele. O mesmo, bebeu um pouco de água, caminhou mais próximo do menino, o lambei a mão e o encarou. O menino sorriu e saiu para buscar mais água. Quando voltou com o segundo balde, o bezerro bebeu água de novo e começou a esfregar a cabeça no braço e no corpo do menino. Ele então, esticou o braço e acariciou a cabeça do bezerro todo alegre.
O pequeno bezerro também parecia muito feliz ao olhar alegremente para o menino, que pensou que o animal parecia sorrir.
Desse dia em diante, todas as vezes que passava pela estrada, ele observava se ali naquele recipiente havia água. E todas as vezes o bezerro o acalentava e permitia que a sua cabeça as pequenas mãos acariciassem.
De todas as ações do menino a única ele não teve a intenção de fazer para conquistar a amizade do animal foi a que ele ofereceu a ele água.
A falta de água, gerou no menino compaixão que o fez ter a ação apenas por ter, por amor, na pureza de seu ser e não para conquistar o animal, mas, sim, para suprir sua necessidade sem esperar nada em troca, e em retorno, recebeu com muita alegria um ato de gratidão que gerou em seu peito as maiores das alegrias. Que fez valer aquele dia, aqueles longos dias de tentativa e espera.
Que o olhar para nossas intenções com o externo exponha a verdade de nosso ser;
que não fujamos ao desnudar-nos e perceber a recompensa nela empregada;
mas sim, que agimos diferente e que essa ação no faça compreender que a pureza vem do fazer sem esperar nada em troca receber.
apaixonada pela experiência, pela arte, música, pela natureza que é bela perfeição a ser contemplada;
pelo corpo ainda a ser conhecido e tocado.
Apaixonada sim;
pelas maravilhas sem fim ainda camufladas, não descobertas e a serem criadas.
Eu confesso que me apaixonei;
apaixonei pelo processo que traz turbilhões de emoções, que explode de dia e traz a calmaria pela noite;
que tudo expande e clareia.
Apaixonei-me pelo reflexo que espelha cada mínimo detalhe de perfeição e imperfeição, onde a luz ainda não permeia;
Apaixonei-me pelos olhos cativos, sorriso bonito que grandes coisas suportaram e ainda, quem sabe, há de suportar, aprender e crescer.
Apaixonei-me sim, sem olhar o bom ou o ruim;
pois apaixonei-me pelo que foi;
pelo que pode ser;
pela vida que recebi;
pela vida a receber;
e pelo amor que com seu humilde encanto disse a mim o quão bom é pela vida se enamorar e a partir dela descobrir um universo de possibilidades sem fim a ti encantar, a ti se deixar apaixonar.
Tirou um pouco o olho do foco do que você mesmo cria, da sua frente e olhou ao que está a sua volta?
Sei que a resposta foi talvez um, não, então te peço gentilmente que faça isso agora e veja o quanto você não observou;
olhe pra pessoa que está ao seu lado, sem julgamento, leve o seu tempo e veja ela/ele como realmente é.
Aposto que vai sentir algo inexplicado se expandir e notar algo que jamais antes conseguiu ver;
tenho certeza que vai sentir compaixão, amor e no fundo vai reconhecer alguma dor silenciada;
isso significa que provavelmente reconheceu a sua alma.
Nossa alma reconhece a alma do outro e ela o ama, qualquer outro sentimento será apenas criação da sua mente, pois somos amor e amor é o que o nosso interior sabe sentir, mas a gente nunca vê o que realmente temos que ver, nunca olhamos para o que realmente é verdadeiro.
Parece que andamos com aqueles antolhos onde só enxergamos o nosso umbigo a nossa frente.
Ah! certo, o que é antolhos?
É um acessório que são utilizados em cavalos, ou qualquer outro animal para reduzir a sua visão lateral e fazer com que ele olhe apenas para a frente, em cavalos é para evitar principalmente que se espantem;
Dessa forma ele não vê nada ao seu redor, ele não se assusta com o que se aproxima, fica impossibilitado de enxergar outros caminhos, ele apenas caminha pra frente; e pra frente; e pra frente…
Aí você me pergunta: ué mas não é pra frente que se tem que ir?
E eu te respondo: Sim, sempre pra frente, porém à sua frente jamais haverá um caminho só, mas sim vários;
no entanto, para conseguir enxergar é preciso se permitir tirar o antolho e ver tudo e todos os que estão ao seu redor e notar que andar pra frente nem sempre vai ser caminhar por um caminho só.
Todos os dias tire um tempo para observar o espaço e as pessoas que estão no seu redor, olhe de verdade, sem necessidade de julgar, apenas sinta, o perceba e deixe a leveza prevalecer para enxergar tudo o que há;