Em um sopro de vida que invade o meu corpo e tudo acorda;
quão grande e maravilhoso é a vida que gira sem parar dentro do nosso próprio corpo;
vida e vida que movimenta incansável e silenciosamente e que quando grita é porque tudo sente, porque ausentes, sem perceber, ficamos.
Vida que explode em sentimentos e sensações dia após dia;
Que vive em constante mudança;
e em nossa ingênua ignorância achamos que não controlamos e que a cura está fora do alcance das mãos;
do alcance do que não se pode ver, mas existe.
Ao meu corpo peço perdão por todas as vezes que não honrei seu trabalho incansável, sua vida e saúde, que possibilita a minha experiência e o meu viver;
peço perdão e honro as fases do meu corpo e a suas mudanças, envio todo o meu respeito, meu amor e minha mais pura gratidão.
Pois não há palavras suficientes para agradecer o viver, o poder estar vivo;
mas ouso mesmo assim expressar em palavras a cada dia que passa: o quão bela é a vida e o quão maravilhoso é o Criador, meu Senhor.
A vida, é feita de uma única certeza, a que mais nos assusta, a de que um dia vamos morrer.
Imagine a vida como uma linha reta, em uma ponta está o nascer, na outra o morrer e, dentro desse espaço em que a vida acontece, há outros vários ciclos de vida e morte, que acontece todos os dias, ou talvez deva eu dizer, de morte e vida.
Isso pode ser percebido na observação das plantas, nos animais, no próprio dia, por exemplo, no amanhecer e no escurecer, em que o dia amanhece, nasce, e o dia termina, escurece, ele morre. E dentro desses tantos ciclos a gente repara que existe, a dor, em cada novo ciclo que se vai e em cada novo ciclo que se inicia, mas existe também, transformação.
Outro dia ouvi uma frase que dizia assim: “crescer dói”.
Sim, dói, mas estamos tão envolvidos, tão extasiados com a possibilidade de crescer, se tornar adulto que não percebemos onde um ciclo se inicia e onde o outro termina, apenas crescemos.
Mas quando adultos, parece que entramos em um lugar mais sensível, onde algumas dores, encerramentos de cilcos são mais leves, alguns recomeços, inícios são mais leves, sentimos a partida, vivemos o luto, mas passamos por eles com mais facilidade e leveza. Outros encerramentos, no entanto, parecem ser mais densos, aonde sentimos mais esse final de ciclo, essa morte da antiga realidade. E quando esses finais de ciclos, esse encerramento é mais dolorido, quando ele é mais denso, quando sentimos mais esse sofrimento, a sensação que temos é que mais difícil, pesado, sombrio, é como se sentisemos que algo em nós realmente morre.
Fica mais difícil deixar ir ou ver uma luz no fim do túnel. Fica mais difícil não sentir esta dor e isso deixa mais tudo mais denso, pesado, estagnado, o que dificulta também, ver toda a alegria, felicidade e transformação que aconteceu durante esse ciclo, no caminho do meio, entre seu nascimento e morte. Não preciso nem dizer que isso também dificulta, assim, ver que novas alegrias estão presentes no novo ciclo a se iniciar.
Isso me é apresentado na forma de como se a vida tivesse várias linhas de tempo. E dentro dos ciclos que se iniciam dos ciclos que terminam, antes do ciclo completo da vida, também há muita paz, muita felicidade, muita contemplação, muito aprendizado e uma profunda transformação. E quando estamos encerrando um ciclo, e essas coisas todas também estão ali, a gente não consegue ver tudo isso que aconteceu porque parece que estamos presos em uma névoa escura onde só vemos a dor e o sofrimento, apegamos a isso por tudo além disso é desconhecido.
E aí vem o medo, aquele medo de deixar tudo pra trás, de estar perdendo algo que foi incrível, quando na verdade, a gente não consegue ver que algo incrível também pode estar vindo.
Sabe cheguei a conclusão, talvez errônea, talvez certa, mas minha, de que isso acontece apenas porque somos humanos, e como ser-humano, com uma mente humana, entender que nada é para sempre, que as coisas apenas vêm e vão, e que essa é a lei da vida, que isso é em favor de algo muito maior, de algo que a gente não pode explicar, gera o medo que aprisiona. Medo, esse, mais comum de todos, o do desconhecido.
E quando esse medo chega, ele não vem sozinho, ele traz com ele a falta coragem, de confiança e até mesmo de fé, misturado com nostalgia e ansiedade. E na existência do agora, na certeza de que há um enfretamento desses encerramentos de ciclos todos os dias, o medo vira apego, pois há incerteza do que virá. E ao esquecer de acender uma luz que permita o caminho um pouco iluminar, ele parece crescer diante dos olhos que na escuridão tenta enxergar. Quando na escuridão toda formiga é um mostro assombroso a caminhar.
O apego do abrir mão do que é preciso deixar ir, do que precisa ser deixado morrer, gera incerteza, dor, sofrimento, choros, lágrimas. E, muitas vezes é esquecido de também lembrar, que pode gerar alegria, contemplação, felicidade e realização do que tanto antes havia sido pedido.
Já pensou se seu maior sonho estiver atras da porta onde o medo decidiu se instalar esperando apenas esticar a mão, a porta abrir e pela mão ele pegar?
Além de muito mais, pois pode haver o equilíbrio e o deixar fluir da vida, que é a plena certeza, de que tudo está bem e que tudo virá, mas os olhos finitos, humanos, não conseguem enxergar as grandezas da infinidade do que está por vir, que vem de Deus em benefício da evolução da alma.
Por isso, se eu pudesse apenas fazer, de toda essa reflexão uma oração, eu pediria para Deus me guiar, no equilíbrio, na confiança, na consciência, na ação correta dessa consciência, na fé, na integração e na sabedoria de quem eu sou. Onde há o entendimento, há compreensão e principalmente onde há integração desse conhecimento na vivência. De que tudo é bom e de que a vida é feita de vários ciclos de morte e vida todos os dias a cada respiração, cada inspiração e expiração.
Deus que É Pai, Mãe, dai-me então força, coragem, sabedoria, para deixar ir o que eu preciso deixar ir, para equilibrar, pra viver no equilíbrio de todas as minhas emoções. Sabedoria para deixar aquele novo, que vai me trazer mais. Mais vida, mais experiência, mais consciência, mais libertação entrar e nascer em mim, em meu coração, em minha realidade.
Ó Meu Jesus Cristo, em vós depositei toda a minha confiança.
Vós sabeis de tudo meu Pai. És o Senhor do Universo, sois o Rei dos Reis, vós que fizestes o paralítico andar, o morto voltar a viver, o leproso sarar, fazei com que (pedir a graça).
Vós que vistes minhas angústias e lágrimas, bem sabeis de Tudo Divino Amigo, meu Irmão, como preciso (pedir a graça).
Convosco Mestre me dá ânimo e alegria para viver. Só de vós espero com fé e confiança (pedir a graça com fé).
Fazei Divino Jesus que antes de terminar essa conversa que terei convosco durante nove dias, em alcançar essa graça que peço com fé e confiança (pedir a graça).
Ilumine os meus passos, assim como o sol ilumina todos os dias o amanhecer. E testemunhe o nosso diálogo. Jesus Cristo, meu irmão, tenho confiança em Vós, cada vez mais aumenta a minha fé. Amém.
Gratidão por tudo Senhor!
Agradeço por uma grande graça alcançada.
Como agradecimento, compartilhe com alguém que sabe que precisa desta oração e que está a espera de uma graça.
Formas contém seus próprios ângulos e não se encaixam em quaisquer espaços;
cada qual é cada qual, onde se encontra, se encaixa, se pertence.
Há formas que se modificam, transformam se tornam novas;
e novas formas não se encaixam em velhas formas.
Velhas formas não cabem em novas marcas de pegadas.
Olhei para o meu interior e na escuridão que ali havia uma luz brilhou;
olhei ao meu redor e nada do que antes se encaixava perfeitamente, cabe mais;
ações antes pensadas ser realizadas na certeza, agora há clareza de que não se encaixa mais na luz que acendeu.
Para que uma nova plantação se inicie é preciso arrancar a velha;
observei, olhei, a luz brilhou e o que antes tinha certeza de ser quem eu era, descobri que estava longe de ser quem eu realmente Sou.
Velho hábitos, ações, formas de pensar, moldes antigos, aqui agora, na nova forma não se encaixam mais.
Velhas formas do um dia acreditou-se ser, e que talvez foi, agora não é mais;
e mesmo que o luto se instale por um tempo, por eventualidade passa;
tudo caminha, tudo se refaz.
Formas se modificaram, transformaram-se, tornam novas;
novas formas não se encaixam em velhos moldes;
velhas formas não cabem em novas ações;
o que antes parecia ser a vida, agora a vida, como realmente é, diz “oi” quebra todas as ilusões antes seguidas; desfaz todos os personagens antes criados, vestidos, em atuação e entra em ação.
Ah! O que seria da vida se todas as intenções fossem vistas e questionada?
Se cada pensamento, palavra e ação tivesse a sua intenção bem estabelecida e observada;
A vida talvez ocorresse mais leve e com surpresas divertidas a cada segundo da jornada.
A intenção que não fala, mas reverbera na espera do resultado a ela empregado;
espera que gera cobrança, que quebra confiança, que vive de mais e mais, de fez ou não fez, de vantagem em vantagem, de frustração em frustração.
Ah! Se o mundo se perguntasse a cada ação a sua intenção…
Ela desnudaria em verdade e colocaria em exposição toda a ilusão em cima da bondade;
afinal, não há bondade sem a pureza do agir sem espera;
de fazer sem recompensa;
pois a bondade ela é como é, e não espera ou fantasia resultados pela mente antes programados.
Quer saber o poder da intenção sem espera?
Preste atenção nessa pequena história que contarei.
Havia um menino e todos o dias ele passava pelo mesmo caminho;
caminho conhecido, não havia nada de novo, afinal ele conhecia cada árvore, cada buraco, cada pedra que por ali se encontrava.
Em um belo dia, nesse caminho, algo novo aconteceu. Ele viu um bezerro amarrado, no princípio ele ficou com medo, assustado, mas depois, ao passar ali todos os dias, notou que o bezerro tinha tanto receio quanto ele.
Decidiu então fazer amizade, tentou se aproximar, mas o bezerro a cada vez que ele esticava a mão para acaricia-lo, recuava e saia correndo.
O menino tornou isso um desafio e dizia assim mesmo: “Vou amansar esse bezerro, não sei de quem é, mas vou fazê-lo meu amigo.”
Dia após dia o menino tentava e tentava e nada;
Conversava, brincava… mas não tinha progresso.
Os dias foram se passando e o menino apenas passava, conversava, esticava a mão, mas o bezerro já corria ao ver ele erguer o braço.
Ele havia se apegado a presença do bezerro naquele caminho, toda vez que ia e voltava o bezerro estava sempre por lá.
Um belo dia, ele voltava pelo caminho, olhou para o bezerro, conversou com ele, mas não arriscou estender a mão para tentar tocá-lo, olhou para o lado, e viu um pouco a frente um recipiente, caminhou ele e notou vestígios de água, mas estava seco, sem nem uma gota, nada, apenas um outro pequeno ao lado.
O menino olhou para o bezerro e depois para o recipiente com alça, ele sabia que havia um rio ali perto, mas não tão perto a ponto do bezerro amarrado conseguir chegar.
Largou as suas coisas, pegou o balde e foi até o rio, despejou a água no recipiente e em segundos o bezerro estava ao lado dele. O mesmo, bebeu um pouco de água, caminhou mais próximo do menino, o lambei a mão e o encarou. O menino sorriu e saiu para buscar mais água. Quando voltou com o segundo balde, o bezerro bebeu água de novo e começou a esfregar a cabeça no braço e no corpo do menino. Ele então, esticou o braço e acariciou a cabeça do bezerro todo alegre.
O pequeno bezerro também parecia muito feliz ao olhar alegremente para o menino, que pensou que o animal parecia sorrir.
Desse dia em diante, todas as vezes que passava pela estrada, ele observava se ali naquele recipiente havia água. E todas as vezes o bezerro o acalentava e permitia que a sua cabeça as pequenas mãos acariciassem.
De todas as ações do menino a única ele não teve a intenção de fazer para conquistar a amizade do animal foi a que ele ofereceu a ele água.
A falta de água, gerou no menino compaixão que o fez ter a ação apenas por ter, por amor, na pureza de seu ser e não para conquistar o animal, mas, sim, para suprir sua necessidade sem esperar nada em troca, e em retorno, recebeu com muita alegria um ato de gratidão que gerou em seu peito as maiores das alegrias. Que fez valer aquele dia, aqueles longos dias de tentativa e espera.
Que o olhar para nossas intenções com o externo exponha a verdade de nosso ser;
que não fujamos ao desnudar-nos e perceber a recompensa nela empregada;
mas sim, que agimos diferente e que essa ação no faça compreender que a pureza vem do fazer sem esperar nada em troca receber.
apaixonada pela experiência, pela arte, música, pela natureza que é bela perfeição a ser contemplada;
pelo corpo ainda a ser conhecido e tocado.
Apaixonada sim;
pelas maravilhas sem fim ainda camufladas, não descobertas e a serem criadas.
Eu confesso que me apaixonei;
apaixonei pelo processo que traz turbilhões de emoções, que explode de dia e traz a calmaria pela noite;
que tudo expande e clareia.
Apaixonei-me pelo reflexo que espelha cada mínimo detalhe de perfeição e imperfeição, onde a luz ainda não permeia;
Apaixonei-me pelos olhos cativos, sorriso bonito que grandes coisas suportaram e ainda, quem sabe, há de suportar, aprender e crescer.
Apaixonei-me sim, sem olhar o bom ou o ruim;
pois apaixonei-me pelo que foi;
pelo que pode ser;
pela vida que recebi;
pela vida a receber;
e pelo amor que com seu humilde encanto disse a mim o quão bom é pela vida se enamorar e a partir dela descobrir um universo de possibilidades sem fim a ti encantar, a ti se deixar apaixonar.