A vida é sentir
Eu tentei de tudo de tudo;
tentei de tudo o que achei que deveria fazer pela e para a minha vida;
tentei de tudo menos ser eu mesma e agir de acordo com o que eu achava que era certo,
fiz o meu melhor, o que eu imaginei ser o melhor, mas agora que eu sei o que é o melhor como devo realmente agir?
Pergunta para qual a resposta está literalmente uma linha acima, mas a vida não é algo literal, a vida é algo experenciado, decidido a cada segundo, e agir de acordo à inteligência do coração significa não agir no automático, agir em prol da vida, se entregar a ela e nada mais;
e aí mora a questão… viver e se entregar a vida, ouvir a voz que foi ensinada a ser calada e que agora gera medos desleais.
Em dias em que era para haver calmaria e silêncio, têm sido os dias que mais turbulentos;
não do lado de fora, mais do lado de dentro.
Talvez a esperança tenha se tornado desespero;
talvez aquele sentimento que tanto busquei, aquela história que insistir em escrever, havia realmente sido para mim, para que assim eu pudesse vivê-la de alguma forma.
Ultimamente eu tenho sido um poço de nada misturado com todos os sentimentos e emoções ao mesmo tempo;
o nada é como sentir-se morta, como se nada mais importa, como uma escuridão que pesa mesmo na luz;
enquanto o turbilhão de sentimentos e emoções mostram que a vida ainda pulsa, que o estar vivo é esse sentir, seja dor ou amor, viver é sentir;
sentir cada ponto, cada canto, cada batida do coração.
Sim eu consigo silenciar, eu posso o comando dar;
mas quão covarde seria o querer deixar de sentir com tanta intensidade, com tanta força; com tanta verdade de ser humano, de estar na humanidade.
Eu fiz tudo o que eu podia, que acreditei que certo seria e mesmo assim não deixo de constatar que arrependimento se encontra em certa ponta da história ao voltar.
Agora, em meio a esse turbilhão de vida que ecoa em mim, só quero humildemente vive-la, senti-la, mergulhar no imenso mar de águas que rápido passam desse breve sonho que chamamos de vida.
Nathalia Favareto