Passageiros

A estrada é escura, porém é possível ver as encruzilhadas iluminadas pela lua;

uma escolha, um caminho, o silêncio ecoa por completo e vem repleto de antigas dúvidas, medos e desejos.

Sombras do passado sussurram no silêncio ensurdecedor, apenas deixe ir, vá, pegue o caminho, qualquer um a escolha é sua.

A crua sensação da verdade na mentira;

a sensação de que somos passageiros na vida sem saber o destino final, então só nos resta aproveitar a jornada, escolher uma estrada e seguir.

Seguir sozinho, seguir nossos destinos de acordo com o nosso livre arbítrio e mesmo assim, às vezes, soa algo sem sentido desestabiliza quando algo não parece ser a escolha que antes sentira.

Talvez a estrada sempre foi escura;

as escolhas sempre desestabilizaram;

as vozes sempre ensurdeceram no silêncio, mas nunca foram ouvidas e agora estão sumidas, desconectadas ou assombradas pelas paradas da vida que deviam ter seguido, mas fizeram estadias longas demais.

Somos passageiros da vida, sem saber o destino final, onde estradas escuras, iluminadas pela luz da lua cala as vozes, emerge as sombras a serem deixadas;

o caminho antes nunca escolhido começa a fazer sentido, mesmo que sentido nada faça nessa jornada de passagem só de ida pela vida tão confusa, tão incerta de várias paradas e partidas;

idas e vindas, seguindo pela estrada escura sem saber o destino final de cada escolha livre…

e assim, a gente vive e sobrevive sendo passageiros, mas podendo tornar a jornada cada dia mais incrível mesmo nos dias mais escuros, confusos e sensíveis.

Nathalia Favareto