Mundo torto
A dependência de vestir uma armadura antes de sair de casa;
a potencialização do ser humano, de acreditar que é melhor ser quem não se é, e fingir ser o que os outros acham que devem ser, afinal, os outros são aqueles que comandam você;
se isso é mentira, ótimo;
porém, observe e reto-me a permissão de comando sobre si mesmo.
A máscara que é usada para agradar a todos e sorrir enquanto se é apedrejado em praça pública;
o medo de envelhecer e descobrir que depois de tudo o que viveu você será apenas descartado;
mas que mundo todo errado, em vez de criarmos heróis, alimentamos vilões ferozes que geram medos e aprisionam as nossas almas.
Que mundo todo torto, que gira em torno de corpos e rostos escondidos atrás de mentes obscuras e medrosas no exílio.
Para esse mundo escondido derrubo as muralhas e estampo a verdade em seu teto de vidro;
Escolho deixar a armadura cair;
escolho o caminhar pelo mundo sem máscaras, nua e livre.
Não há nada de errado em ser quem se é, em lutar pelo que se quer, em começar de novo independente do que se acha dependente;
Tirei a minha máscara, estou desnuda e grito podem vim, me apedrejem;
mas já deixo avisado, cansei de remediar o irremediável;
por isso, não vou sorrir falsamente, mas também não vou chorar, vou me reerguer e dizer exatamente onde é o meu lugar.
Nathalia Favareto