No deserto
Ultimamente ao tentar escrever algumas poucas palavras, elas somem, e quando elas simplesmente veem, não há um lugar para escrevê-las;
em algum momento desse longo período, nesse longo período, notei que certas palavras não são para serem escritas, mas sim integradas;
não eram para todos, eram apenas para mim, que de alguma forma inclui todos;
não eram segredos, mas mistérios descobertos entre conversas de mim comigo mesma, com Deus e assim com o todo.
Algumas das maiores conversas acontecem no deserto, onde não há papel;
onde não há o que dizer;
onde há apenas o silêncio que ecoa no barulho do vento, o qual ambos não podem ser vistos;
apenas sentido.
As maiores conversas ocorrem quando ouço diversos questionamentos trazidos de alguma dor que vem de dentro e que não é possível aceitar;
dessa dor muitas vezes o correr parece mais plausível;
mas no decorrer há apenas uma verdade, o que não se cura, se liberta ou se fica em paz, volta.
Por isso, que haja sabedoria para aceitar e entender o que eu não possa mudar e que eu mude o que eu não consigo aceitar.
Que haja coragem;
mas acima de tudo que haja fé;
pois só com fé é que posso entender que muitas palavras são apenas para mim e que no deserto é onde encontro o meu verdadeiro sim, a minha verdadeira voz;
aquela que ecoa palavras de verdade para o meu universo, para o todo.
10/07/24