Há um barulho que ecoa alto demais no silêncio do externo;
forte como o vento nas tempestades que balançam as árvores e os barcos em alto mar, capaz de todos nossos mais profundos sentidos despertar.
O “ficar em silêncio” nem sempre significa paz, algo que muitos entenderam no processo de meditar;
o silêncio traz à tona toda conversa a qual precisamos com nós mesmos falar.
No meio de tanto disse me disse que vem e deixamos ir, há uma voz sussurrando e que toda fala vem e faz-se ir;
é como em uma cena de um filme que um dia assisti, onde o menino se esconde sem entender ao perceber seus sentidos aflorados;
barulhos altos demais, de todos os lados, de todos os tipos.
Sua visão, na cena, não era diferente, tudo era real demais, forte demais, não havia paredes que ocultavam tudo o que acontecia ao seu redor;
não havia solidão que silenciaria o silencia gritante do externo.
E então veio a sua mãe, ela o chamou atrás de uma porta, mesmo sua voz sendo um pequeno sussurro em meio a tanto barulho ele a ouviu e socorro a pediu:
“— Mamãe é muito alto, tudo é muito alto, não consigo parar, o que há de errado comigo? Como faz parar?”*
A mãe calmamente respondeu ao filho:
“ — Estou aqui meu filho e não vejo nada de errado com você, tudo o que tem que fazer é se concentrar na minha voz, somente ouça a minha voz.”*
O menino respirou fundo, fechou os olhos e se concentrou na voz de sua mãe, de onde ele sabia que podia confiar, que só existia amor, onde sabia que era seu lar e todo o barulho então cessou, ele abriu a porta, deixou sua mãe entrar e a abraçou. Ela o acolheu e a paz ali reinou.
Há uma outra história tão familiar com essa e que ouvimos desde de pequenos, algo como quando Jesus, o Cristo, chama Simão Pedro para caminhar sobre as águas.
“ — Venha! “– disse Jesus, e ao ouvi o comando Simão saiu do barco e foi em direção ao Mestre, mas quando o vento soprou e Simão sentiu a sua força, ele começou a duvidar, Cristo, porém, ainda disse para Simão manter a atenção Nele, mas o vento era muito forte, Simão se distraiu e o medo o dominou, assim, Simão afundou.*
Porém, como a mãe do menino, Jesus ouviu o pedido de socorro de Simão e foi em resgate de seu discípulo, ele o tirou das profundezas não permitindo que ele afogasse e o levou para dentro do barco o mantendo em segurança.
Já a salvo e no barco e com Jesus ao seu lado, Simão notou que o vento se acalmou e todo o barulho cessou, a dúvida já não existia mais.
Essa é a verdadeira paz!
Paz que vem da voz da verdade;
que mostra o caminho e ensina como nesse mundo deve-se viver a vida.
Voz que sussurra em meio ao barulho ensurdecedor do silêncio;
voz que permanece a sussurrar mesmo no barulho estrondoso do externo, cabe a nós socorro pedir e focar nossa atenção na única voz que temos que escutar, àquela que fala com nosso coração.
Nathalia Favareto 22/01/24
*OBS: As citação acima podem estar diferentes, sinta o sentido, entenda com o coração
ainda sinto em meu corpo as marcas da mudança e com elas tento me acostumar.
Muitas coisas mudaram e mudar quebra barreiras e criam cicatrizes que são difíceis de apagar, mas que bom, pois nelas estão as luzes que me fazem brilhar;
muitas coisas mudaram, por dentro, por fora, em algum lugar que não se vê, mas que aparece aos olhos mais sensíveis, ao verdadeiro ver.
Muitas coisas mudaram e com essas palavras parece que sou avessa a mudanças, mas ao contrário, a verdade é que estou ansiosa pra saber o qua mais pode mudar?
Pois é de mudança a mudança que me conecto mais com quem eu sou e menos com quem dizem que devo ser;
afinal, foi porque mudei que muitas coisas mudaram e hoje eu só tenho que agradecer.
Você não é o seu passado, você é a junção de todas as experiências da sua vida, boa ou ruim!
Vale a pena reviver e relembrar uma situação que já passou e não tem como voltar? É necessário deixar o passado no passado, a vida é repleta de momentos bons e ruins e temos a triste tendência de gravarmos e sofremos pelo que foi ruim e esquecer as boas experiências que tivemos.
Gratidão pelos momentos bons, mas gratidão também por momentos ruins, eles são os responsáveis pelas minhas experiências e a construção de quem sou e de tudo que há em mim.
Há algumas situações que não são fáceis de esquecer, elas ainda piarão sobre a minha mente cansada, mas não as desejo esquecer, elas estão lá para que eu construa no hoje um caminho melhor, uma nova e bela estrada.
Desejo sim o perdão do meu próprio ser, desejo o sentimento de gratidão por tudo que passou, mas o deixo no passado, pois é lá que algumas dores pertencem e não há como muda-las.
Já o presente, esse é o único momento que existe, a vida existe no presente e junto com ele quero sonhar com um futuro que eu escolhi criar, desprendido de situações que já não fazem parte desse momento, o agora.
Afinal, para que viver do passado se ele não volta?
Ou reviver lembranças se posso criar novas
Porque sofrer pelo que já passou se há diversos motivos para ser feliz e sorrir no hoje?
Viver no passado é uma ocupação tola e solitária, e faz com que você se encontre com pessoas que não estão mais no seu caminho, enquanto atrasa a chegada das que estão por vir.