Talvez uma oração

Por erros do passado é correto se punir e não amar?

Por erros do passado é correto a felicidade se negar?

Se punir e não permitir o melhor aceitar?

Deus é amor e ama apesar de tudo e tudo o que Ele quer é o arrependimento;

Ele quer acolher depois disso;

Ele já perdoou muito antes disso;

Ele só espera pelo arrependimento, pelo pedido de ajuda, pelo perdão próprio e pela nossa entrega completa.

Então Pai, Mãe, Vida, estou aqui pra dizer que:

Sim eu errei e agora sei a verdade e me arrependo dos erros que cometi

Estou aqui Pai, Mãe, ajuda-me a não cometê-los mais, auxilia-me na caminhada

Pai, Mãe, Vida, perdoa-me e me ajuda a perdoar a mim mesmo

Ajuda-me a aceitar que eu mereço amor e amar;

Ajuda-me a reconhecer a ação correta e coragem para sustentá-la

Ajuda-me a ti minha vida entregar.

Silêncio do externo

Há um barulho que ecoa alto demais no silêncio do externo;

forte como o vento nas tempestades que balanças as árvores e os barcos em alto mar, capazes de todos nossos mais profundos sentidos despertar.

O “ficar em silêncio” nem sempre significa paz, algo que muitos que entenderam no processo de meditar;

o silêncio traz à tona toda conversa a qual precisamos com nós mesmos falar.

No meio de tanto disse me disse que vem e deixamos ir, há uma voz sussurrando e que toda fala vem e faz-se ir;

é como em uma cena de um filme que um dia assisti, onde o menino se esconde sem entender ao perceber seus sentidos aflorados;

barulhos altos demais, de todos os lados, de todos os tipos.

Sua visão, na cena, não era diferente, tudo era real demais, forte demais, não havia paredes que ocultavam tudo o que acontecia ao seu redor;

não havia solidão que silenciaria o silencia gritante do externo.

E então veio a sua mãe, ela o chamou atrás de uma porta, mesmo sua voz sendo um pequeno sussurro em meio a tanto barulho ela a ouviu e socorro a pediu:

“— Mamãe é muito alto, tudo é muito alto, não consigo parar, o que há de errado comigo? Como faz parar?”*

A mãe calmamente respondeu ao filho:

“ — Estou aqui meu filho e não vejo nada de errado com você, tudo o que tem que fazer é se concentrar na minha voz, somente ouça a minha voz.”*

O menino respirou fundo, fechou os olhos e se concentrou na voz de sua mãe, de onde ele sabia que podia confiar, que só existia amor, onde sabia que era seu lar e todo o barulho então cessou, ele abriu a porta, deixou sua mãe entrar e a abraçou. Ela o acolheu e a paz ali reinou.

Há uma outra história tão familiar com essa e que ouvimos desde de pequenos, algo como quando Jesus, o Cristo, chama Simão Pedro para caminhar sobre as águas.

“ — Venha! “– disse Jesus e ao ouvi o comando Simão saiu do barco e foi em direção ao Mestre, mas quando o vento soprou e Simão sentiu a sua força, ele começou a duvidar, Cristo porém ainda disse para Simão manter a atenção Nele, mas o vento era muito forte, Simão se distraiu e o medo o dominou, assim Simão afundou.*

Porém, como a mãe do menino, Jesus ouviu o pedido de socorro de Simão e foi em resgate de seu discípulo, ele o tirou das profundezas não permitindo que ele afogasse e o levou para dentro do barco o mantendo em segurança.

Já a salvo e no barco e com Jesus ao seu lado Simão notou que o vento se acalmou e todo o barulho cessou, a dúvida já não existia mais.

Essa é a verdadeira paz!

Paz que vem da voz da verdade;

que mostra o caminho e ensina como nesse mundo deve-se viver a vida.

Voz que sussurra em meio ao barulho ensurdecedor do silêncio;

voz que permanece a sussurrar mesmo no barulho estrondoso do externo, cabe a nós socorro pedir e focar nossa atenção na única voz que temos que escutar, àquela que fala com nosso coração.

Nathalia Favareto 22/01/24

*OBS: As citação acima podem estar diferentes, sinta o sentido, entenda com o coração

De peito aberto

O que me aflige não é o que ficou pra trás ou o que pode vir à frente, o que mais me incomoda é não saber o que fazer no agora.

Não em importa o que perdi ou o que tive que recomeçar;

não me assusta se eu tiver que fazê-lo de novo, o que me apavora é não saber por onde e como seguir.

Não é medo de errar, não há certo ou errado há apenas experiência,

o que me incomoda é o não ver o caminho a minha frente;

não tem um caminho;

não vejo uma luz.

Eu sou a luz e o caminho,

mas vejo tudo parado e sem destino;

isso é o que me incomoda;

isso é o que me aflige;

isso é o que me assusta;

isso é o que pulsa em meu peito;

no mais escondido de meus medos;

no entanto aqui estou,

então aqui eu continuo pedindo um milagre que me mostre meu destino.

Nathalia Favareto

Olhos para a mundança

Muitas coisas mudaram e muitas estão para mudar;

ainda sinto em meu corpo as marcas da mudança e com elas tento me acostumar.

Muitas coisas mudaram e mudar quebra barreiras e criam cicatrizes que são difíceis de apagar, mas que bom, pois nelas estão as luzes que me fazem brilhar;

muitas coisas mudaram por dentro, por fora, em algum lugar que não se vê, mas que aparece aos olhos mais sensíveis, ao verdadeiro ver.

Muitas coisas mudaram e com essas palavras parecem que sou avessa a mudanças, mas ao contrário, a verdade é que estou ansiosa pra saber o qua mais pode mudar?

Pois é de mudança a mudança que me conecto mais com quem eu sou e menos com quem dizem que devo ser;

afinal foi porque mudei que muitas coisas mudaram e hoje eu só tenho que agradecer.

Nathalia Favareto

Deixe o passado no passado

O que te fere no passado?

Você não é o seu passado, você é a junção de todas as experiências da sua vida, boa ou ruim!

Vale a pena reviver e relembrar uma situação que já passou e não tem como voltar?
É necessário deixar o passado no passado, a vida é repleta de momentos bons e ruins e temos a triste tendência de gravarmos e sofremos pelo que foi ruim e esquecer as boas experiências que tivemos.

Gratidão pelos momentos bons, mas gratidão também por momentos ruins, eles são os responsáveis pelas minhas experiências e a construção de quem sou e de tudo que há em mim.

Há algumas situações que não são fáceis de esquecer, elas ainda piarão sobre a minha mente cansada, mas não as desejo esquecer, elas estão lá para que eu construa no hoje um caminho melhor, uma nova e bela estrada.

Desejo sim o perdão do meu próprio ser, desejo o sentimento de gratidão por tudo que passou, mas o deixo no passado, pois é lá que algumas dores pertencem e não há como muda-las.

Já o presente, esse é o único momento que existe, a vida existe no presente e junto com ele quero sonhar com um futuro que eu escolhi criar, desprendido de situações que já não fazem parte desse momento, o agora.

Afinal, para que viver do passado se ele não volta?

Ou reviver lembranças se posso criar novas

Porque sofrer pelo que já passou se há diversos motivos para ser feliz e sorrir no hoje?

Viver no passado é uma ocupação tola e solitária, e faz com que você se encontre com pessoas que não estão mais no seu caminho, enquanto atrasa a chegada das que estão por vir.

Nathalia Favareto